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Cinema São Jorge

MOSTRA DE CINEMA IPO LISBOA 100 ANOS
MOSTRA DE CINEMA IPO LISBOA 100 ANOS
No âmbito das comemorações dos 100 anos do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil (IPO Lisboa), foi lançado um convite para colaborar na organização de uma Mostra de Cinema com um triplo objectivo: estar tematicamente relacionada com o trabalho da instituição, constituir um momento de celebração da efeméride e promover o encontro entre espectadores de cinema, IPO e toda a comunidade envolvida com a instituição. 

Sex 5/Jan a Dom 7/Jan
Horários diversos
Informação de preços:
NORMAL: 2,50€
2€ com desconto (jovens até aos 30 anos, maiores de 65 anos e desempregados, mediante comprovativo) 
Programa
A LUTA CONTRA O CANCRO EM PORTUGAL + LA GUERRE EST DECLARÉE

A LUTA CONTRA O CANCRO EM PORTUGAL + LA GUERRE EST DECLARÉE

MOSTRA DE CINEMA IPO LISBOA 100 ANOS
A LUTA CONTRA O CANCRO EM PORTUGALANTÓNIO LOPES RIBEIROPortugal, Documentário, 1952, 16’António Lopes Ribeiro, cineasta consagrado que conhecemos de Amor de Perdição ou de O Pai Tirano, entre muitos outros títulos, demonstra neste filme de 16 minutos, que era um realizador invulgar. A Luta Contra o Cancro em Portugal é um poderoso documentário sobre a criação, a construção e a implementação do Instituto Português de Oncologia em Lisboa. Imagens do edifício, das pessoas e do ambiente ajudam a criar uma sensação de segurança e confiança na instituição, ao mesmo tempo que um olhar pelos corredores nos faz deambular pelo espaço. O olhar rigoroso da câmara e a luz, cheia de contraste, convocam o grande cinema e tornam este filme uma das grandes (re)descobertas cinematográficas de 2023.----------------------------------------------LA GUERRE EST DECLARÉEVALÉRIE DONZELLIFrança, Ficção, 2011, 100’Nesta história as personagens principais são Romeu e Julieta e desde logo se adivinha a tragédia de um romance. Mas este jovem casal não está disposto a deixar-se derrotar e declara guerra à tragédia de descobrir que filho de apenas 18 meses tem um tumor cerebral.O casal é representado pela realizadora Valérie Donzelli e o seu ex companheiro Jérémie Elkaïm e pai do filho que na vida real lidou com esta doença. Juntos escreveram o argumento e é na distância temporal da realidade transposta para o filme, na cumplicidade dos dois durante os anos de hospital, tratamento e incerteza, que reside a energia avassaladora desta luta, sempre ao som do punk rock para que ninguém esmoreça. O amor e o humor são as armas para combater os momentos mais sombrios. É esse o caminho para fugir à tragédia.Sem esconder nada sobre a natureza da doença, o ponto de vista é o dos pais (com a permanente e generosa proximidade da família), e é a cumplicidade entre os dois que define o desenrolar da narrativa, composta por artifícios formais que a tornam quase irreal ao mesmo tempo que a precisão dos detalhes sugere um realismo documental. 
NOTRE CORPS

NOTRE CORPS

MOSTRA DE CINEMA IPO LISBOA 100 ANOS
Os nossos corpos falam e neste hospital público de Paris há quem fale com eles, connosco, sobre o seu potencial, os seus limites, a vida e o fim. O que de mais extraordinário este documentário mostra é que o tempo das conversas é demorado, porque numa clínica ginecológica todos os procedimentos se ligam profundamente ao que é ser mulher, trans e cis, em qualquer idade; ao que é ser mãe ou não querer sê-lo, ou nem sequer o poder ser. Neste hospital os nossos corpos reproduzem-se, alteram-se e revelam-se em histórias, identidades, angústias, incertezas. A biomedicina não é suficiente para resolver todas as questões, mas as pessoas que ali trabalham, as que ali vão, e as que filmam, tornam aquele espaço mais acolhedor e íntimo, menos assustador.Neste hospital, em que se anunciam novas vidas e se antecipam fins, cada palavra dita, desenhada, traduzida, por mais duro que seja o seu sentido é proferida com um respeito que garante que se tudo o resto falhar, a dignidade da pessoa será preservada. A enorme beleza deste filme é a sua humanidade. E a generosa proximidade da câmara acrescenta uma camada a esta partilha, que no final se revela ainda mais próxima quando também o corpo da realizadora se torna parte do filme.Margarida Moz, IndieLisboaSessão seguida de debate moderado por Joana Cruz, radialista, com prof. dra. Paula Chaves, voluntária na Liga Portuguesa Contra o Cancro, Nuno Artur Silva, ex-secretário de estado da Cultura e fundador das Produções Fictícias e Rui Miguel Ribeiro, poeta.